Temos 2 estados possíveis que se alternam entre si: estado
de jejum e estado alimentado. Os dois são fundamentais para a tua saúde!
Jejum intermitente – potencializador da tua saúde
Falar de jejum é quase um tabu. Conotado muitas vezes com a
religião, apresenta-se sob a forma de um estado doloroso de fome. Quebrar esta
barreira de pensamento não é fácil, tendo em conta o quanto está enraizado o
seu conceito.
No entanto, ao longo de todo o processo evolutivo, o jejum
sempre fez parte da vida do homem. Em tempos de escassez, o homem passou fome,
mas não morreu! Aliás, o estado de jejum é associado a um estado de vigilância e
de alerta. A mente fica mais ativa e o instinto de sobrevivência apura os
sentidos.
O jejum permite que se dê a autofagia, ou seja, a renovação
celular.
Qualquer pessoa pode fazer jejum?
Não! O jejum, tal como o defendemos no Estilo Paleo, não
pode ser forçado nem doloroso. Precisa ser feito em consciência e de forma a
obter o máximo de resultados positivos para o corpo e mente, ou então não fará
sentido jejuar.
Assim, para que possas dar este passo no teu percurso em
busca de mais saúde, precisas respeitar 3 pontos básicos acerca do jejum:
- Ponto 1 – cuidar da alimentação
Se estás a começar, adapta primeiro o teu corpo a uma
alimentação limpa e depois verás que o jejum passa a ser uma necessidade
natural do teu organismo.
- Ponto 2 – experimenta sem stress
Não programes jejuns forçados, nem te esforces por aguentar
a fome mais um pouco, apenas porque tens que jejuar. Experimenta um jejum
simples, acompanhado de bebidas como o chá ou o café, sem açúcar nem adoçantes.
Se der a fome, não lamentes, identifica-a e vê se está realmente na hora de te
alimentares.
- Ponto 3 – que fome vais matar?
Claro que se estás a pensar jejuar, só o facto de teres consciência
disso, vai te ar fome.
Defendo que existem 3 tipos de fome, a física, a emocional e
a de hábito. Podes ler aqui o artigo em que falo sobre elas, para aprenderes a
identificar a tua.
Existe um tempo ideal para fazer jejum?
Não existe uma resposta padronizada. Vai variar de acordo
com cada pessoa e as suas necessidades pessoais.
O que se fala, são em vários protocolos que podem ser
seguidos, mas na prática, o que faz sentido é alimentares-te quando a fome real
aparecer, simples assim.
Vamos conhecer alguns dos protocolos que existem na
literatura, porém, repito, não te cinjas ao que está escrito, ouve o teu corpo
e dá-lhe o que ele realmente precisa. Se forem 13 horas ou 17, não importa!
Sentes-te bem assim? Faz o que o teu corpo pede.
Os protocolos mais usados
12/12
O jejum que todas as pessoas devem fazer é o de 12/12. Ou
seja, estar em jejum durante 12 horas e alimentar-se, média de 3 refeições, durante
as outras 12 horas. Não precisas de te alimentares de acordo com o Etilo Paleo
para o fazeres, qualquer pessoa deveria fazê-lo.
16/8
Este é o jejum que habitualmente faço. É um jejum simples e
natural e a maior parte dos dias janto e apenas almoço no dia seguinte. De
manhã tomo um café simples, quente e forte, por puro prazer de beber café.
Para o fazeres tranquilamente, basta saltares a última
refeição do dia ou a primeira, ao acordares. Por exemplo, se lanchares pelas
16h e depois só voltares a comer pelas 8 da manhã, tens um intervalo de 16
horas.
18/6
Este protocolo permite-te, regra geral, fazer duas refeições
por dia. Fazes um intervalo de 18 horas entre elas e outro de cerca de 6 horas.
Assim, jantas às 8 da noite e no outro dia a tua primeira refeição é as 2 da
tarde. Quando, ao fim de semana almoçamos mais tarde, faço este protocolo. É
natural e simples.
24/24
O protocolo de 24 horas quer dizer que podes fazer apenas
uma refeição por dia, por exemplo, só almoças. É muito prático. Simplifica
muito em termos de preparação de refeições e é perfeitamente aceitável para
muitos organismos.
Claro que não precisas de escolher um e fazer. Acima de tudo
sente e escuta o teu organismo para que possas fazer aquilo que realmente
precisas na hora. Podes ter necessidade de fazer um jejum de 24 horas de vez em
quando, por exemplo. Ou os jejuns de 12 horas são os mais compatíveis com os
fins de semana, porque tomam a primeira refeição em família… não importa. Seja
qual for o teu, hoje, que seja aquele que o teu corpo precisa.
Jejum e exercício físico
Muitas vezes aparecem as dúvidas sobre como nos devemos
alimentar antes ou depois do exercício físico. E a resposta, embora não agrade
a todos, é bem simples: se tens o teu corpo otimizado com uma alimentação ao
Estilo Paleo, deves comer quando tens fome, não importa se antes ou depois do
exercício. São duas coisas distintas.
No Estilo Paleo, procuramos alimentos de verdade, de acordo
com o que comemos ao longo de todo o nosso processo evolutivo. Então é assim, os
homens caçadores não comiam para ir caçar. Nem ficavam debilitados com um ou
dois dias de jejum, pois se ficassem, não estaríamos aqui hoje. O jejum,
repito, deixa-nos mais alerta e vigilantes, apura os nossos sentidos e faz com
que o nosso instinto de sobrevivência fique mais apurado, otimizando o nosso
corpo e promovendo a renovação celular.
Bom, já me alonguei demais e ainda falta muito para dizer…
fica para outro dia, noutro artigo.
- Até lá, conta-me tudo!
- Fazes jejum?
- Qual o protocolo que mais usas habitualmente?
- Que dúvida ainda te ficou para que eu possa responder noutro artigo?
Tranquilamente,
Bela
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